Graffity - Arte ou Vandalismo?

Imagem: Visual Street Performance - Torres Vedras (em frente à Carsportif)

Para muitos, graffity é vandalismo, para outros é arte.

É vandalismo?
Legalmente, quando não é feito em lugar próprio ou devidamente autorizado pelo proprietário é.
Mas, na minha opinião, não pode nem deve ser considerado como tal pois é sim uma forma de arte gratuita. Claro que um writter não pode fazer graffitys onde quer e bem lhe apetece. Um writter tem o cuidado de escolher os locais onde faz graffitys e mesmo que os faça ilegalmente (que é na maioria dos casos) faz com o intuito de embelezar o local ou de passar uma mensagem. Ora, isso é vandalismo?! Mentes quadradas afirmam que sim!

Ora aqui vai uma definição de vandalismo: o puro vandalismo pode ser definido como uma "forma de destruição de uma propriedade alheia sem qualquer intuito de reconstrução".
Um writter, quando faz um graffity, não o faz com o intuito de destruir seja o que for, pelo contrário o seu intuito é construir algo, embora que seja muitas vezes ilegal não pode ser considerado como forma de vandalismo. A única coisa que eles vandalizam são os preconceitos dessas mentes fechadas que preferem ver paredes com tinta a cair aos bocados, todas rachadas e sujas a ver lá um graffity que é um atentado à sua incompreensão do mundo.
Claro que também há queles que vandalizam pelo simples prazer de estragar, sujar ou destruir atravéz do "graffity" (digamos antes, das latas de spray que também são usadas pelos writters para produzir as suas obras) mas não podemos considerá-los de iguais aos writters pois nesse caso as latas são apenas o meio usado para o acto, da mesma maneira que alguém que se lembra de destruir o vidro de uma montra de uma loja ou seja o que for com um taco de basebol não significa que ele seja jogador de basebol (ou se calhar lembrou-se de treinar as tacadas contra um vidro!). Essas pessoas vandalizam unicamente com esse intuito e só estragam a imagem dos writters, era bom que as pessoas soubessem distinguir uma coisa da outra.

Os writters apenas querem embelezar o espaço público com a sua criatividade e fazem-na de forma gratuita para o observador, eles têm que gastar dinheiro do próprio bolso para colorir o cinzentismo da cidade com os mais diversos desenhos, e a única recompensa que eles têm é saber que as pessoas podem usufruir das suas obras enquanto andam pela cidade (quer seja a passear ou no caminho escola/trabalho-casa, etc) e o prazer de tornar as ruas num ambiente mais belo e menos monótono e entristecedor ou mesmo, quando fazem uma crítica aos males da sociedade com as suas obras, haver quem pare, olhe para o graffity e fique a pensar nele.

Todos eles se identificam como artistas, enquanto writters, o que, por si só, desde Duchamp, seria suficiente para validar o seu produto enquanto arte, seja ela boa ou má.