sexta-feira, 2 de maio de 2008

Passado a Fado

Mergulhado num mundo que afoga,
Entrego-me ao eu que recorda
Um mundo belo de outrora
E que ao som da bomba acorda.
A segurança vai embora,
Abalada pela maldita corda
Que se enrola
Por baixo do queixo.
Uma sombra que dá um beijo...
e eu deixo
de ver o mundo em que nasci,
o mundo em que, por pouco tempo eu vivi,
pois perdi
a maravilha que perdeu a cor
sugada pela TV quando mostrou o terror
de todo o homem opressor
que um dia se lembrou,
e o gatilho puxou,
e a bomba rebentou,
e a criança violou,
e a esperança assaltou,
e com a borracha apagou
a cor que brilhou...
Há que rebentar cadeado
com toda a força e um machado!
Pois da porta o outro lado
está um dado viciado
que ao ser iluminado,
o dele feitiço será quebrado
e um lápis, da ponta do cravo
será surgido imaculado
e um caminho
poderá vir a ser traçado
pelo agora denominado:
"O Dono do Seu Fado"!

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